Os 10 Melhores Filmes de 2014

IMG_20141230_165112Mais um ano acaba e com ele mais listas de melhores filmes do ano são feitas.  Esse ano resolvi escrever um pouco sobre cada um dos filmes. Não vi tanto filmes como ano passado (mal cheguei a 100 esse ano), mas as férias de janeiro tão aí pra isso. Temporada de premiações, here I go!

10.Entre Nós

O drama nacional é sensível o bastante para contar uma estória peculiar entre alguns amigos. A passagem do tempo retratada no filme é eficaz e atua como uma das partes principais do roteiro.

9.O Grande Hotel Budapeste

Wes Anderson tem um jeito muito específico de filmar, se você curte o diretor, “Budapeste” é um ótimo exemplo de sua filmografia. Com cenários e enquadramentos simétricos, o filme consegue divertir com seus personagens excêntricos.

8.Planeta dos Macacos: O Confronto

A sequência da nova versão de O Planeta dos Macacos deu um salto de qualidade em relação ao filme anterior. Embora tenha evitado um final ainda mais melancólico, o filme Matt Reeves deixou as expectativas altas para o terceiro filme.

7.Capitão América 2: O Soldado Invernal
Somente o melhor filme do universo da Marvel até agora e olha que eu não gosto do primeiro Capitão América. As consequências dos fatos ocorridos no filme foram/serão percebidas em praticamente todas as produções do estúdio (principalmente a série Agents of S.H.I.E.L.D.). Um marco para a Marvel.

6.O Lobo de Wall Street
Provavelmente um dos filmes mais divertido da carreira de Leonardo DiCaprio, que nessa nova parceria Martin Scorsese trata acerca da vida do corretor da bolsa de valores Jordan Belfort. A atuação do DiCaprio ora lembra um riquinho playboy ora os líderes religiosos da TV brasileira. Falta de bom material pro aguardado Oscar foi o que não faltou.

5.X-Men: Dias de um Futuro Esquecido

Até agora X-Men continua sendo a série de filmes de heróis mais consistente em minha opinião, seja a trilogia anterior ou essa nova. Aliás, a ideia de juntá-las foi mais que excelente, limpou algumas cagadas anteriores e deu um gás pros próximos filmes.

4.Garota Exemplar

David Fincher fazendo o dever de casa e contando um trhiler que zomba ao mesmo tempo a entidade do casamento e a mídia de notícias. Garota Exemplar é um exemplo (duh!) de como uma narrativa deve ser encarada, com reviravoltas empolgantes que a todo momento colocam um WTF na sua cara.

3.Boyhood

Provavelmente o filme mais real que eu já vi. É claro que isso foi a intenção de Richard Linklater, mas é impossível ignorar o fato de que parecemos espectadores de um reality show vendo a vida daqueles personagens (e atores) passar diante de nosso olhos.

2.Ela

Uma trama futurista sobre o amor. Sensível e eficaz, consegue transmitir a intensidade da paixão entre uma pessoa e um sistema operacional sem que seja necessário “ver”, embora contamos com a voz da bela Scarlet Johasson.

1.Interstellar

O grande ame ou odeie do ano. Mas pra mim foi o maior filme que já vi nos últimos anos, uma experiência ímpar que me fez ser apaixado pelo filme do começo ao fim. A megalomania de Nolan só é um ponto a favor porque não há outra maneira de contar essa história a não ser pela forma como ela nos foi apresentada. A trilha, as atuações e mesmo a explicação dada no terceiro ato colocam Instertellar como um marco no cinema.

Os Melhores e Piores Momentos do Globo de Ouro 2013

Com um Globo de Ouro mais light se comparado àquele apresentado por Ricky Gervais alguns anos atrás, a cerimônia desse ano apresentou mais pontos positivos do que negativos. Mas ainda assim dá pra fazer um balanço daquilo que funcionou e daquilo que deu vergonha. O resultado respondeu às expectativas dos produtores, já que dados preliminares afirmam que a audiência foi a maior em 6 anos com 19.7 milhões de espectadores e 6.4 pontos na demo. Vamos aos momentos de destaque:

Globo de Ouro 2013

Tina Fey e Amy Poehler – nada daquele humor ácido forçado. As entradas das duas foram contidas mas o suficiente para entreter quem estava assistindo. Destaque para algumas falas: “Quando se trata de tortura, eu confio na mulher que foi casada com o James Cameron por 3 anos” ou “Parabéns, Lena, estou feliz que você tenha se formado no ensino médio” após terem perdido o prêmio de Melhor atriz para Lena Dunham e ainda “Quentin Tarantino está aqui. A estrela dos meus pesadelos sexuais”.

discursos

Os Discursos: Jodie Foster, Jennifer Lawrence, Ben Affleck

A homenageada da noite, Jodie Foster foi direto ao ponto: “Dizem que toda celebridade tem que compartilhar atualmente sua vida pessoal com uma roda de jornalistas. Falando sério, talvez, se vocês estivessem trabalhando neste negócio desde crianças como eu, dariam valor à privacidade como dou.”

Ben Affleck deu uma cutucada no Oscar por ter sido esnobado na categoria de diretor: “Não importa qual seja o prêmio: quando se coloca meu nome ao lado do desses outros caras não tem o que dizer.” Já uma simples frase da Lawrence (JLaw pros íntimos) causou polêmica à toa: “I beat Meryl” Cresçam, meu povo.

Kristen Wiig e Will Ferrell

Acho que foi a primeira vez que ri de verdade com o Ferrell. Uma apresentação simples, mas que arrancou boas risadas. E o fato do Tommy Lee Jones ter ficado com a cara fechada durante a apresentação só me fez rir mais.

Kristen_Wiig globo de ouro

Tarantino

Acho que o gif abaixo é mais que suficiente.

tarantino

BillClintonBill Clinton e o puxasaquismo político
Tudo bem que a presença do cara combinava com o filme do Lincoln, mas a melhor parte de sua apresentação aconteceu quando, após sua saída, a Poehler soltou “Vejam, é o marido da Hillary Clinton!”

Salma Hayek e Paul Rudd
Cara de tacho os dois que se confiaram o teleprompter e ficaram na mão. Rudd ainda deu aquele sorriso amarelo, soltou um “Oi, como estão vocês….” BAM a TV corta pro indicados. TV ao vivo é isso aí.

Lena Dunham
A grande decepção da premiação dos seriados foi a protagonista do seriado da HBO, “Girls”. Principalmente pelo time indicado ali: Tina Fey, Julia Louis-Dreyfus e Amy Poehler.

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Glenn Close, Adele e Tarantino

Não entendendo quem reclama do Globo de Ouro. Blá blá blá é um prêmio vendido, blá blá blá não é prévia de Oscar coisa nenhuma. Amigo, uma cerimônia em que Taranta cospe a bebida, Glenn Close entra na brincadeira de bêbada e Adele dá um high five no James Bond é mais divertido que qualquer prêmio da Academia. Cada um no seu lugar.

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A musiquinha e Daniel Day-Lewis

Aquela musiquinha que nenhum vencedor quer ouvir durante seu discurso sempre incomoda. É uma forma elegante de falar: “Ô fio, tchau que a gente tem que correr com o tempo”, mas daí a cortar o agradecimento do Day-Lewis a Spielberg é um pouco demais. 10 s a mais faz mal pra ninguém.

Top 10 #2012

Top 10 - 2012

Vi bem menos filmes do que havia planejado esse ano, mas gostei bastante desse meu TOP 10. Como critério não levei em consideração nada técnico, afinal não entendo mesmo muito disso. Cada um desses filmes me marcou de maneira diferente, e no fim do ano, é isso que importa.


1 – Moonrise Kingdom
2 – As Vantagens de ser Invisível
3 – Batman – O Cavaleiro das Trevas Ressurge
4 – Drive
5 – O Artista
6 – 007 – Operação Skyfall
7 – Millenium – Os Homens que Não Amavam as Mulheres
8 – A Invenção de Hugo Cabret
9 – Os Vingadores
10 – Ted

Encenando #04 – Pocahontas “Savages”

Esse é uma das colunas que mais gosto do blog, só não aparece com mais frequência por aqui porque 1- eu mesmo não ando com muita frequência por aqui, e 2- dá trabalho montar as cenas.

A imagem de hoje é do filme da Disney, Pocahontas, de 1995. A canção “Savages” foi composta por Alan Menken com letra de Stephen Schwartz e mostra ambos os lados gritando “Selvagens”, cada um em defesa da sua razão.

Imagem

O vídeo você confere aqui.

Deus da Carnificina (Carnage), Roman Polanski | Crítica

A premiada peça teatral da francesa Yasmina Reza, Deus da Carnificina, que ganhou uma versão nacional no ano passado, chega aos cinemas pelas mãos do cineasta Roman Polanski e de maneira simples e rápida, mostra que uma simples reunião é capaz de mostrar a verdadeira face de pessoas civilizadas.

O casal Nancy (Kate Winslet) e Alan Cowan (Christoph Waltz) vai à casa de Penelope (Jodie Foster) e Michael Longstreet (John C. Reilly) para discutir uma briga entre os filhos que resultou na perda de dois dentes do filho do casal Longstreet. A conversa, inicialmente regida dentro das normas da educação e civilidade, aos poucos vai saindo dos trilhos, e acaba por se tornar uma grande troca de ofensas, de todos os lados.

O fato da trama se passar somente em um apartamento contribui para deixar os nervos dos personagens à flor da pele, e é dessa forma que Polanski te faz sentir numa armadilha. Você quer que aquela situação termine, mas a sua curiosidade é tão excitada que ao mesmo tempo, você não consegue piscar à troca de ofensas entre os personagens. O clima claustrofóbico resultante em tela expõe a personalidade de cada um e então temos relacionamentos descamados de maneira detalhada, uma espécie de dissecação de cada aspiração, fobia, qualidades, pensamentos políticos e principalmente a exposição da hipocrisia.

Em um certo momento a personagem de Foster diz algo que poderia resumir o filme: “Tentar fazer a coisa certa é inútil. Honestidade é só estupidez. Só o enfraquece.” No final, parecemos todos bárbaros, e a preço de quê exatamente? Talvez pela tentativa de imposição de uma postura que se mostra frágil no primeiro momento em que é criticada. Tal comportamento é muito bem interpretado por Christoph Waltz como o irônico Alan Cowan, que sempre preteriu a discussão a qualquer outro tipo de interesse externo.

Entretanto, apesar dos diálogos extremamente bem trabalhados (Reza também assina o roteiro ao lado do diretor), alguma situações expostas demonstram uma falta de estrutura narrativa, principalmente no primeiro ato do filme, afinal em diversos momentos é injustificável o casal Cowan permanecer no apartamento e as desculpas (tomar um chá, comer um bolo, tomar um expresso) demonstram bem isso. O roteiro exigia esse tipo de desafio, mas fica claro que não passam de situações forçadas para manter os quatro personagens naquele apartamento, algo extremamente artificial e contrário até à personalidade daqueles casais.

Talvez essas desculpas funcionem melhor num palco, mas de qualquer maneira o ponto forte do filme são as atuações que o tornam igualmente engraçado e desconfortável. Por mais que aquela discussão pareça não ser da sua conta, você é atraído para aquele pequeno espaço, podendo ser capaz de ouvir aquela carnificina verbal por horas a fio, por mais que aqui e acolá a experiência pareça uma peça filmada.

Obs.: Uma curiosidade, Polanski faz uma “ponta” no filme como o vizinho que olha pela porta para ver do que se trata a confusão que estava se armando no corredor em frente ao apartamento.